quinta-feira, 18 de julho de 2013

Medo, quem é você?

 


O medo é um estado emocional de desespero provocado por algum estímulo externo interpretado como prejudicial ou por alguma suposição de um mal futuro.


 
  A partir daí, deduzimos que dois fatores provocam o medo: estímulo externo desagradável ou suposição de um mal futuro.
Este último fator relaciona-se com a preocupação e a ansiedade associadas a um evento futuro desagradável que ainda nem aconteceu e pode até não ocorrer de fato, mas a própria mente pensou na hipótese e produziu o medo.

   

  Quanto ao estímulo externo desagradável, a interpretação de que há algo externo desconfortável pode levar ao pânico total e a histeria provocados pela vontade incontrolável de escapar do estímulo desagradável e encontrar a paz. Há um paradoxo interessantíssimo na raiva gerada pelo medo, visto que sua raiz se vincula ao desejo de fuga e saudade da "paz" ou serenidade.
   O medo é a saudade tresloucada da paz aliada a um repúdio do estímulo desagradável. A essência do medo é a revolta. Quando vimos algum estímulo desagradável ou "perigoso", nos revoltamos contra ele e o medo nasce.


   "Por que isto está ocorrendo comigo?/"Eu não deveria estar passando por isto!"/ Eu quero escapar disso!"--São alguns pensamentos que podem rodear a cabeça de quem sente medo.
   O medo assim como as demais emoções não pode ser quantificado.




   Nem sempre a intensidade do medo corresponde ao "grau de periculosidade" do estímulo desagradável. Muitas vezes, um mero estímulo externo, para pessoas frágeis emocionalmente, é visto como muito perigoso, provocando altos níveis de angústia e medo no observador, gerando reações desproporcionais diante desse. Logo, o medo, muitas vezes, não depende muito da situação ou estímulo, mas da forma como são vistos pela nossa psique que produziu alguma interpretação própria e íntima baseada em símbolos, traumas passados, experiências, pensamentos e personalidade.
 
  Pessoas maduras e com alto grau de resiliência conseguem administrar bem infortúnios sem crises de pavor enquanto pessoas imaturas emocionalmente ou com baixo grau de tolerância às frustações demonstram crises de pânico intensas, gigantescas e altamente desproporcionais diante de meros estímulos desagradáveis sem qualquer periculosidade.



  Antes de você desanimar ou se revoltar contra a emoção negativa de temor, saiba que o medo tem sua função. Não haveria coragem se não houvesse medo. Ausência de medo não é coragem, pois esta justamente é a capacidade de agir apesar do medo. Destemido é diferente de corajoso. Destemido é quem não tem medo, para este é fácil passar por obstáculos, pois passa cegamente. Mas um guerreiro corajoso é aquele que tem muitos medos, mas sabe combate-los apesar de tudo.



Mas o corajoso luta contra seus próprios medo e age apesar deles, porque consegue extrair forças de suas fraquezas para vencer. O verdadeiro valente é aquele que encontra coragem nas cinzas do próprio medo e renasce como a fênix.

E vencer o próprio medo é glorioso. Imbatível não é o guerreiro que luta contra os outros, mas quem consegue vencer a luta mais importante da vida: a luta contra os próprios medos, a batalha dentro de si mesmo.

  Ninguém nasce com resiliência e coragem prontas! Nada impede que você transforme sua fraqueza emocional em força. Nada impede uma pessoa sensível e frágil encontrar forças dentro de si e renascer! Esta é bela alquimia da vida: transformar-se. Transformação é a chave da vida.



Você não está fadado a ser medroso a vida inteira ou a ser oprimido por aquela fobia que lhe causa angústia, porque a luz de Deus pulsa dentro de você, a semente da coragem está em você esperando para ser desperta. Regue a semente da coragem com pensamentos positivos e de autoconfiança: "Você pode!" "Você consegue!" "Você é maior que o seu medo!"

E aí como superar o medo?

Autoconhecimento é fundamental, pois você deve conhecer o mecanismo do próprio medo para vencê-lo e driblá-lo. Se você tem dificuldade em racionalizar o medo que sente e descobrir seu mecanismo, talvez um psicólogo pode ajuda-lo a decifrar os mecanismos íntimos de seu medo.  Mas, vou passar algumas dicas de mecanismos básicos.
O medo é obviamente reação diante do "perigo", na natureza, ele tem a função de alertar o ser humano em eminente perigo de vida a reagir diante do estímulo perigoso para sobreviver.



 
  Não obstante, na prática, observa-se que, na maior parte das vezes, nossas fobias são enraizadas em "perigos" que só existem nas nossas mentes e que, na vida real, o estímulo causador do medo não causaria o dano esperado.  Muitas vezes, nossa mente dimensiona o grau de periculosidade de certos estímulos e  fatos que, na realidade, são insignificantes ou ainda sem grandes riscos a nós.


Como entender o mecanismo do medo e a real dimensão do fato causador de temor?

*Tente entender a real dimensão do fato: pergunte a um amigo confiável, familiar ou psicólogo se aquela circunstância que lhe causa medo tem tanta periculosidade.

*Tente entender, porque sua mente associou a circunstância apavorante a algum trauma passado. Afinal, porque sua mente associou a emoção medo a tal circunstância? O que ela lhe causaria de mal na sua opinião? Tente responder esta pergunta.

*Tais circunstância que lhe causam medo já lhe causarem graves males de fato? O seu medo não pode ser quantificado, mas os males podem. Se você descobrir que os males são menores do que sua mente associava, seu medo automaticamente diminui de intensidade.

*Caso o fato tenha causado algum mal, qual a melhor maneira de evitar esse mal causado conscientemente? Isto lhe causa autoconfiança, pois prova que é possível driblar o que lhe desagrada inteligentemente sem passar pela emoção do medo.

*Use parâmetros reais! Pense em males realmente graves e compare com a consequência real do que lhe causa medo. "Eu não vou morrer por causa disso."/Morte=Parâmetro maior, medo supostamente maior do ser humano. Ou "Eu não vou perder nada com isso." "Isso não pode me derrubar."

Que a luz e a força espiritual renasçam dentro de você!
Muita força, paz e luz!

Tatyana A.F Casarino

Lembrem-se das frases de Platão:
 
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."
 
"Vencer a si próprio é a maior das vitórias."
 
Platão
 
Por fim, a música "Medo" de Pitty:
 
"Medo de ter, medo de perder,
Cada um tem os seus
E todos tem alguns
Suando frio, as mãos geladas,
Coração dispara até sufocar"
 
 




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